terça-feira, 28 de agosto de 2007

Poema-MILAGRES

Por que e por quem tantos milagres são feitos?
Por mim, nada conheço que não sejam milagres,
Quer caminhe pelas ruas de Manhattan
Ou olhe o céu por cima dos tetos das casas,
Ou chapinhe de pés nús ao longo da praia, à beira d'água,
Ou fique parado sob as árvores na floresta,
Ou fale com quem amo, ou durma na cama com aquela dos meus sonhos,
Ou me sente à mesa, ao jantar, com os outros,
Ou pondo os olhos em estranhos viajando num carro em sentido contrário,
Ou observando abelhas em torno da colméia, numa tarde de verão,
Ou os animais pastando nos campos,
Ou os pássaros ou a maravilha dos insetos no ar,
O espetáclo do sol no ocaso, ou as estrelas tão brilhantes no espaço infinito,
Ou a esquisita, delicada e tênue curva da lua nova na primavera;
Estes, e o resto, um só e todos, são milagres para mim,
Referidos ao todo, mas cada um distinto em seu lugar.

( Walt Whitman )

Nenhum comentário: